MATERIAL PARA O CAMPORI ONLINE

Primeiros Socorros - Básico - J


1. Conhecer as causas do choque e demonstrar o tratamento adequado.
O sangue flui de forma alterada. O coração, cérebro e órgãos vitais podem ficar sem sangue e a pessoa pode morrer se não for atendida no tempo certo. Ocorre por queimaduras graves, hemorragia acentuada, ossos quebrados e grandes ferimentos. O choque pode ocorrer em decorrência de uma doença grave. Qualquer ferimento grave pode causar o choque.
Primeiro socorro - Se não houver ferimento no peito, deite a pessoa e levante as partes mais baixas do corpo.Conserve a vítima aquecida com cobertores, não faça ela suar. Dar água pura, nem quente nem fria. Manter a vitima calma e confiante se estiver consciente. Não lhe dê alimentos.

2. Conhecer os devidos métodos para respiração artificial e explicá-los.
A respiração boca-a-boca é o método mais prático de se fazer a vítima voltar a respirar normalmente. A porcentagem de oxigênio não aproveitada ou que ainda não chegou aos pulmões do socorrista servirá para revitalizar a respiração da vítima. Retire da boca da vítima qualquer objeto que atrapalhe, deite-a numa superfície reta e libere as vias aéreas levantando a nuca e estendendo a cabeça para trás o máximo possível. Coloque a boca sobre a boca do asfixiado, tape o nariz dele e sopre de modo que o ar não vaze. Sobre de 12 a 20 vezes por minuto.

3. Saber o procedimento adequado caso uma vítima esteja sufocando.
De início, espere a pessoa expelir o objeto sozinha, caso não consiga e a pessoa corra risco de vida, abrace a pessoa por trás e aperte a região da barriga co força. Pode-se bater nas costas ou mesmo colocar a pessoa de cabeça para baixo, quando possível.

4. Saber o procedimento adequado caso uma vítima esteja com hemorragia.
Pressione o local para impedir a perda de sangue. Em grandes hemorragias, utilize um pano. Caso a vítima tenha perdido muito sangue, aqueça-a com um cobertor.

5. Conhecer os pontos de pressão e como usá-los corretamente.
Alguns dos pontos de pressão são: temporal (cabeça), braquial e punho (braço), femural (perna), cervical (pescoço) e coronária (peito). Utiliza-se os dois dedos estendidos (indicador e médio) pressionando o local para constatar se a pessoa tem pulsação.

6. Saber o procedimento adequado para tratar uma vítima de envenenamento.
Primeiro deve-se saber o que a pessoa ingeriu. Se ela ingeriu ácidos, amoníacos, alvejantes, desinfetantes, soda cáustica ou derivados de petróleo (gasolina, acetana, removedor, etc.) NÃO provoque o vômito. Caso tenha ingerido soda cáustica dê uma mistura de vinagre e suco de limão diluídos em água e logo em seguida dê leita ou clara de ovo. Em caso de ingestão de ácido, dê leite, água com bicarbonato, azeite de oliva ou clara de ovo para amenizar as irritações do aparelho digestivo. Nos casos de não ter ingerido nenhuma dessas substâncias acima, você pode incitar o vômito através de água morna ou dois dedos na garganta. Depois leve a vítima ao hospital para diagnosticar se o caso é grave ou não. Não esqueça de levar a amostra do que foi ingerido (o rótulo do produto).

7. Demonstrar o procedimento apropriado no uso de talas em diversos ossos do corpo.
Item prático. Lembre-se que as talas devem ser colocadas sem movimentar muito o local, pois poderá piorar. Imobilize para seu instrutor, os seguintes: braço, perna, dedo da mão, pé e outra parte que você achar interessante para completar este item.

8. Saber o procedimento apropriado para ajudar vítimas com queimaduras de primeiro, segundo e terceiro graus.
1° grau – Superficial, atinge a epiderme, causa vermelhidão e dor suportável.
Primeiro socorro – Lave com água de temperatura ambiente as partes lesionadas.
2° grau – Atinge a epiderme e a derme, com formação de bolhas e dor mais intensa.
Primeiro socorro – Não fure as bolhas. Limpe o local e não passe pomadas. Aplique curativo estéril.
3° grau – Profunda, atinge todas as camadas da pele, inclusive o tecido muscular. Pode ter ausência de dor.
Primeiro socorro – Retire partes da roupa que não estejam grudadas. Leve ao médico com urgência. Nos casos mais dolorosos, pode-se dar analgésicos e aplicar gelo em volta do ferimento.

9. Saber o procedimento adequado para auxiliar vítimas de queimaduras químicas.
Retire as roupas impregnadas com o agente químico; identifique o agente que causou a queimadura; se o agente for cal virgem seco, não jogue água, mas remova-o da pele da vítima com uma escova macia; lave a área afetada com grande quantidade de água corrente por vários minutos, use soro fisiológico; não faça fricção no local e não empregue água com pressão na lavagem.
ATENÇÃO – A exposição excessiva ao sol pode levar à morte.

10. Saber que situações podem levar a um envenenamento por monóxido de carbono, e o resgate e técnicas de tratamento para este tipo de envenenamento.
O monóxido de carbono é liberado pelo escapamento dos automóveis. Caso uma pessoa fique num local onde não há troca gasosa, o gás se acumula e é tóxico ao ser humano, que necessita de oxigênio. Quando se resgata uma pessoa nessas condições, ela deve respirar o máximo de ar puro possível. Há casos mais graves em que será necessário dar oxigênio de tubos nos hospitais para desintoxicar.

11. Saber o procedimento adequado no tratamento de vítimas com ferimentos na cabeça.
Observar se não há hemorragias a serem estancadas. Levar o quanto antes ao hospital para se fazer exames de danos maiores (tomografias, raio-x, etc.). Não deixe a pessoa dormir antes de ir ao médico e diagnosticar, em casos de concussão, pode ser fatal.

12. Saber o procedimento adequado para auxiliar vítimas com hemorragia ou ferimentos internos.
Hemorragias e ferimentos internos podem ser simples ou muito graves. Não dá para saber sem fazer exames mais profundos. O procedimento correto é manter a pessoa calma e em repouso até chegar ao médico, pois maiores movimentos podem produzir mais hemorragia, dor e complicações no quadro.

13. Conhecer a diferença entre um ataque cardíaco, derrame, epilepsia e um simples desmaio, e o tratamento apropriado para cada um deles.
Ataque cardíaco – Falta de sangue no coração, interrompendo a vascularização e bombeamento do sangue para o corpo. Leve ao médico com urgência.
Derrame – Hemorragia cerebral que causa a perda da consciência. Leve ao médico rapidamente.
Epilepsia – A pessoa se debate e perde os sentidos temporariamente. Apenas evite que ela se machuque, afastando os objetos de perto dela. Não tente segurar seus movimentos.
Desmaio – A pessoa perde os sentidos por falta de oxigenação no cérebro. Deite a pessoa, afrouxe suas roupas e deixe-a em local arejado. Caso demore a voltar, leve ao médico.

14. Saber como prevenir infecções.
Os ferimentos de pele são portas de entrada para infecções diversas. Quando a pessoa se ferir, passe produtos anti-sépticos e proteja o local com bandagens.

15. Qual o tratamento adequado para picada de cobra?Lave o local com água e sabão, mantenha o membro levantado, a vítima em repouso e vá ao médico depressa.
Identificar o animal pode ajudar no tratamento. Mas não tente capturá-lo, pois poderá surgir outra vítima.
NUNCA: Chupe o veneno, faça furos ao redor, torniquete, nem cortes no local.

16. Qual o tratamento adequado para mordida de animais?
Lave o local com água e sabão e vá ao médico o quanto antes para diagnosticar uma possível contaminação pela raiva ou outra doença que pode ocorrer desse tipo de acidente.

17. Qual o tratamento adequado para picadas de insetos e aranhas?
Lavar o local com água e sabão. Poucos insetos são letais ao homem, como o causador da doença da malária, chagas, miíase, dengue e febre amarela. Dentre as aranhas, somente 3 são letais no Brasil: armadeira, viúva-negra e aranha-marrom (mas só matam se a pessoa estiver com a defesa do corpo muito prejudicada).
18. Qual a diferença entre desidratação e insolação, e qual o tratamento adequado para cada um?
Desidratação – É a falta de água no corpo. Deixe a pessoa em local arejado, dê água aos poucos e certifique-se que a pessoa não está há dias sem tomar água, pois a água pode ser prejudicial em grandes quantidades.
Insolação – É a exposição excessiva ao sol. Retire a pessoa do sol, afrouxe suas roupas, deixe-a em local arejado e em repouso.

19. O que deveria fazer se suas roupas pegassem fogo?
Abafar com um cobertor ou algo parecido. Não deixe a pessoa correr, pois piora a situação. Rolar no chão pode espalhar o fogo.

20. Quais são os princípios básicos para a prevenção de incêndios em sua casa?
Só ligue o gás quando for usar, mantenha produtos inflamáveis fora do alcance de crianças, mantenha as condições elétricas adequadas, não brinque com fósforos, isqueiros e velas, tenha extintores pela casa, etc.

21. Quais os princípios básicos de segurança em rios, mares e piscinas?
Não passar dos limites que lhe são impostos, não fazer brincadeiras de mal gosto, não fingir afogamento, não bancar o herói ou engraçadinho, não entrar na água antes de 2 horas após a refeição, estar acompanhado sempre que for nadar, etc.

22. Quais as maneiras de salvar uma vítima de afogamento sem nadar?
Jogar uma corda, madeira ou algo que bóie, para que a pessoa possa se segurar e não afundar.

23. Quais são os princípios básicos de segurança em questões de eletricidade?
Manter os fios em boas condições de uso, não sobrecarregar tomadas com vários aparelhos, passar fita isolante em todos os fios desencapados, cuidar para que as crianças não cheguem perto das tomadas e caixa de energia, saber quais são os fios e produtos elétricos recomendáveis para cada situação, não brincar com eletricidade, etc.

24. Como prevenir a intoxicação alimentar?
Manter os alimentos em boas condições, ler as embalagens e comer produtos dentro do prazo de validade, usar filtros para purificar a água, desconfiar de produtos com odor ou aparência alterada, etc.

HISTÓRIA DOS DESBRAVADORES


Em 1919 Arthur Spalding, editor do Wathman Magazine, começou um clube de Escoteiro Missionários, em seu lar na cidade de Medisson - Tenessee , EUA. A idéia começou com seu filho que acampou com alguns escoteiros. Arthur estudou a organização, formulou novas diretrizes compatíveis com os objetivos espirituais da Igreja e criou o seu clube. O clube de Arthur fazia excursões de fim de semana, trabalhos manuais, e seguimento de pista. Os Escoteiros Missionários desenvolveram ideais que foram fundamentais para o atual Clube dos Desbravadores (entre estes o Voto, a Lei e o Lema, que foram redigidos em 1921).
A Associação Geral adotou os nomes de Amigo, Companheiro e Camarada para as primeiras Classes J.A. (antiga Classes Progressivas), na Sessão de Primavera realizado em São Francisco, 1922, (inicialmente como um programa para jovens.).
C. Lester Bond secretário do Depto. De Jovens da Associação Geral preparou as primeiras especialidades em 1928, quando já havia 1075 Desbravadores ( Dados de 1927).

Em 1930, em Santa Ana, surgiu um Clube para juvenis sob a liderança do Dr. Theron Johnston. As reuniões eram realizadas no porão de sua casa, e as primeiras instruções fora técnicas de Rádio e Eletrônica. Sua filha Maurine, que o tinha ajudado com o rádio, protestou quando não lha foi permitido participar do clube. Como resultado sua mãe iniciou outro Clube para meninas, que se reunião no sótão. Os Clubes de Maurine e Jhoston se reunia uma vez por mês em conjunto e iam acampar. Utilizavam-se os requisitos para os jovens das Classes Progressivas. Como uniforme tinha apenas ema camisa especial. É difícil saber como tal programa podia ser tão combatido.

O Clube de Johnston usou o nome de Desbravadores escolhido por Mckin, seu assessor. Não temos certeza de onde ele obteve esta inspiração, embora suponha-se que a idéia tenha surgido após o primeiro acampamento da Associação do Sudeste da Califórnia em 1928, onde um dos oficiais da Associação contou-lhes a história de John Fremont, um explorador americano, ao qual se referiu como desbravador. Depois ao ser formado a Clube, Mckin pode ter se lembrado disto. Outras fontes atribuem o nome ao local do primeiro acampamento conduzido pelo Pr. John Hancock em 1946, Pathfinders Camp (Campo dos Desbravadores).

Outro evento importante de 1930, que preparou o terreno para o rápido crescimento do Clube dos Desbravadores depois que estes foram realizados, foi o acampamento de Wawona no parque de Yosemite, onde 40 diretores de jovens foram capacitados para a liderança dos chamados acampamentos culturais, com um programa amplo, que incluía Pioneiria, trabalhos manuais, estudos da natureza, caminhadas e excursões com equipamentos para pernoite, programa ao pé da fogueira, e demais instruções do que hoje é conhecido como Classe J.A., tudo isso sobre um fundo de idealismo religioso, lealdade denominacional e civismo.

Também em 1930 foram estabelecidas as Classes Preliminares, atualmente usados pelos aventureiros. No início alguns Clubes não recebiam o apoio das igrejas sendo que alguns foram até fechados sob ameaça de exclusão, ( um deles foi o Dr. Johnston ). Apesar disso a idéia permanecia, e alguns Clubes prosperaram.

Entre 1931 e 1940 outras associações aderiram ao programa. Na União Norte do Pacífico L. A. Skinner funda o Clube Locomotivas (Traiblazers ).   Em 1935 iniciam-se os acampamentos de jovens. O primeiro manual em português destes acampantes culturais foi editado em 1947. Inicialmente os membros usavam uniforme verde-floresta, o que o ajudou na identificação do Clube com a Natureza. O objetivo do uso do uniforme era a identificação como grupo ao saírem a partilhar sua fé. Outros objetivos eram manter o moral entre o membros, dando-lhes a consciência de pertencer a uma organização importante e também o uso do mesmo em cerimônias como investiduras, desfiles, etc. O uniforme verde embora ainda utilizado em outros países, foi trocado por uniforme cáqui no Brasil, depois que um jovem líder de desbravadores usando a calça verde do uniforme foi confundido comum terrorista disfarçado, e preso, na década de 70. No início desta mudança o uniforme mantinha a cor verde-floresta, depois unificou-se a cor para ambos os sexos.

Em 1946, o secretário J. A. da Associação do Sudeste da Califórnia, Pr. John Hancock, depois Líder Mundial, desenhou o emblema do Clube de Desbravadores, incorporando idéias do Clube Locomotivas. Os três lados do emblema representam o desenvolvimento Físico, Mental e Espiritual dos membros do Clube. A espada representa o Espírito Santo, o Escudo da fé. Juntos objetivando indicar que o Clube de Desbravadores é uma organização espiritual, relacionado a igreja.

Ainda neste período teve o início do primeiro Clube patrocinado pela Associação de Riverside, Califórnia. O jovem estudante universitário chamado Francis Hunt foi eleito pela igreja como diretor, para iniciar o clube com cerca de 35 membros.
Em 1947 a Associação Geral solicita a União Norte do Pacífico, elaboração de normas e planos para a transformação do Clube de Desbravadores para um programa Mundial. Esta planificação foi desenvolvida pelo Pr. J. R. Nelson, que era na época Diretor da União.

Lawrence Paulson, diretor do Clube de Glendale - EUA, escreveu os primeiros manuais.
Em 1948, Henry Berg projetou a bandeira dos Desbravadores, e em 1952 compôs o hino dos Desbravadores.

O Clube de Desbravadores embora já existisse, ainda não havia sido oficializado, fato que ocorreu em 1950, tendo o Departamento de Jovens da Associação Geral adotado oficialmente o CLUBE DE JOVENS MISSIONÁRIOS VOLUNTÁRIOS como programa mundial.

O primeiro Camporée dos Desbravadores ocorreu de 7 a 9 de Maio de 1954, em Idlewild na Califórnia ( dados de 1953 indicavam a existência de 29.679 desbravadores ).

O dia dos Desbravadores começou a ser comemorado em 1957, inicialmente designado para o 3º ou 4º Sábado de Setembro ( Atualmente comemoramos em Abril ). O primeiro brasileiro a usar uniforme foi o Pr. Cláudio Belz, que esteve nos EUA, por volta de 1960, onde conheceu o Clube, gostou da novidade, mandou fazer uniforme e o usava ao voltar para o Brasil enquanto tentava iniciar a organização de um Clube no Rio de Janeiro, na Igreja do Méier. Este uso de uniforme não pastoral foi bem recebido, no início por alguns membros.

O primeiro Clube oficial na América do Sul foi o Clube Conquistadores de La Iglesia, da Igreja de Miraflores no Peru, inaugurado oficialmente por um Pastor, em 1961 que na semana seguinte esteve em Ribeirão Preto, inaugurando o primeiro Clube Brasileiro, que fora organizado pelo Pr. Wilson Sarli, sendo seu primeiro diretor Edgar Tursílio. Na outra semana, este mesmo Pastor esteve no Rio de Janeiro oficializando o Clube organizado pelo Pr. Cláudio Belz. Logo a seguir organizou-se o Clube de Desbravadores da Igreja do Capão Redondo, tendo como seu diretor o Pr. Joel Sarli.
Atualmente o Clube de Desbravadores é um dos Departamentos fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia, e tem como objetivo principal prover atividades educacionais e recreativas aos membros da igreja e da comunidade.



"Fonte: Site oficial dos Desbravadores | www.desbravadores.org.br"


SISTEMA DE UNIDADE





Arte de Acampar

OBJETIVOS DO ACAMPAMENTO

· Ajudar jovens e juvenis a sentirem a proximidade de Deus e se tornarem familiarizados com Ele através da criação.

· Preparar nossos juvenis para o tempo de tribulação vindoura.
· Aumentar a familiarização dos acampantes.
· Aprender a viver ao ar livre.
· Ensinar confiança própria.
· Satisfazer o espírito de aventura.
· Desenvolver o vigor físico.
· Por em prática os ensinamentos aprendidos no Clube.


COMO ESCOLHER UM BOM LOCAL PARA ACAMPAR

Um bom local para acampar deve ter água potável próximo ao local do acampamento, o terreno deve escoar a água da chuva com facilidade. Deve ser de fácil acesso, porém não próximo das cidades, a fim de evitarmos visitas inesperadas. O local deve oferecer segurança aos acampantes. Deve ter lenha próxima.
Antes de qualquer coisa, deve se obter o máximo de informação sobre o local onde você irá levar sua unidade ou Clube, por meio de mapas, cartas topográficas, ou informações de amigos e pessoas que conheçam o local. Assim fazendo, a unidade ou Clube evitará maiores problemas quando for acampar no local.
Devemos sempre evitar terrenos que sejam pedregosos, pois dificulta a armação das barracas, abrir valetas e torna desconfortável ao dormir. Terreno encharcado deixa o local enlameado trazendo dificuldades em acender fogo, ao caminhar e etc... O terreno arenozo torna difícil a montagem das barracas, por não oferecer resistência na colocação dos espeques. As encostas de morros trazem problemas com enxurradas e deslizamentos, e a crista de morros por ventar forte. Não devemos acampar debaixo de árvores, afim de evitarmos queda de galhos, e por ser a árvore um para raio natural.

Devemos armar nossas barracas com a frente virada para onde o vento sopra, e não de frente para o vento.

TOPOGRAFIA - Condições de escoamento de água e solo próprio para fixar e armar as barracas. Espaço suficiente para o acampamento e atividades.
ACESSO - Estradas dá para passar a condução? Se chover dá para voltar?
SEGURANÇA - À distância segura de rios, local de enxurradas, encostas, animais perigosos, marginais, pântanos. Pontes seguras?
RECURSOS NATURAIS - Lenha, bambus, cachoeiras com água potável, árvores para atividades com corda, bosque para trilhas, etc.

Quando for acampar, você deve tomar os seguintes cuidados:

1 - Antes de qualquer coisa, deve-se obter o máximo de informação sobre o local aonde você irá, por meio de mapas, fotos topográficas, ou informações de amigos e pessoas que conheçam o local. Assim evitará maiores problemas quando for acampar no local.
2 - Quando acampando, a barracas devem estar bem esticadas e quando possível, a barraca ter um sobre-teto (ex: plástico). Se você perceber que irá chover, cave uma valeta com cerca de 8 cm.
3 - A sua barraca deve estar a sotavento, isto é, com a frente da barraca para onde o vento sopra, assim como a cozinha e o fogo desta, pois o fogo ficando assim, o fumo e as fagulhas não cairão sobre a barraca.
4 - Evite armar sua barraca em terreno:
a - Pedregoso: dificuldade para dormir, armar a barraca, abrir valetas, etc.
b - Encharcado: problema de lama, dificuldade para acender o fogo, etc.
c - Arenoso: dificuldade em armar a barraca que poderá cair com um simples vento e outros problemas.
d - Terreno inclinado: problema de enxurradas, a barraca dificilmente ficará esticada.
e - Encosta de morro: problemas de enxurradas e desmoronamento.
f - Crista de morro: muito vento.
g - Debaixo de árvores secas: problemas de queda de galhos ou da própria árvore.
5 - Antes de sair é indispensável fazer o cardápio das refeições e a lista dos gêneros e as quantidades de compra. Os alimentos devem ser variados e fortes, bastantes ovos e leite, frutas e verduras quando possível.
6 - Cavar uma vala ou trincheira para servir de latrina é outro ponto muito importante, deve ser uma das principais coisas a serem feitas ao chegar no local de acampamento.
A vala por trincheira de latrina deverá ter 60 cm de profundidade, 90 cm de comprimento e 30cm de largura.
A largura é importante para que quem a use, possa se agachar sobre a vala, com um pé de cada lado. A terra retirada deve ser amontoada atrás da vala, e uma pá fica a disposição para colocar terra na vala após o uso. As paredes podem ser de lona ou plástico preto, deve começar ao chão e ir até 1,80m.
7 - Deverá haver também um mictório, que se faz escavando um buraco e enchendo-o até o meio de pedras de drenar, facilitando o escoamento. E as latrinas devem ficar a favor do vento, cerca de 100 m do acampamento e bem escondida. Isso é muito importante.
8 - Escolha de um bom local:
a - Água potável próxima
b - facilidade em encontrar lenha
c - Solo poroso bem drenado, quase plano em que a chuva não alague nem faça lama, de preferência se for gramado.
d - Paisagem bonita e agradável
e - Fácil acesso


A água

Quando se acampa, devemos escolher um local que tenha água boa para beber, mas mesmo assim todo cuidado é pouco. coe a água em pano limpo, ferva-a, e se for preciso purifique-a com cloro, iodo, ou com produtos químicos apropriados.

Latrinas
Deve se cavar uma vala ou trincheira com 60 cm de profundidade, 90 cm de comprimento e 30 cm de largura para servir de latrina. este local deve ser cercado com lona ou plástico escuro e ficar pelo menos a 100 m da cozinha e bem escondido. Sua localização deve estar de maneira que o vento não traga o cheiro de volta para o acampamento.
Deverá haver também um mictório, que se faz escavando um buraco, enchendo-o de pedras até o meio, facilitando assim o escoamento da urina.

Alimentação
Antes de acampar o primeiro passo a dar é a elaboração do cardápio, preparando a seguir a lista de compras. Os alimentos devem ser variados, nutritivos e de fácil preparo. Deve ser organizada uma escala de serviço, de maneira que todos possam participar do preparo da alimentação, bem como da limpeza dos utensílios da cozinha.
Lembre-se de que todos devem participar não só na cozinha mas, em toda e qualquer atividade do acampamento, pois o que comanda e lidera não é aquele que e faz tudo sozinho, mas aquele que motiva outros a fazer.


EQUIPES DE UM ACAMPAMENTO:
Cada membro da unidade ou do Clube deve saber de antemão o que fazer ao chegar no local do acampamento. Deve-se dar tarefas a todos, de maneira que cada um tenha responsabilidade em fazer algo em prol do acampamento, evitando-se sobrecarga de tarefas e a demora na montagem do acampamento.
Tudo deve ser feito com alegria, mesmo as mais ingratas tarefas. O verdadeiro Desbravador vai acampar com espírito de união.
1. Equipe De Cozinha
Antes do acampamento deve-se elaborar o cardápio, preparando-se a seguir a lista de compras. Alimentos variados, nutritivos e de fácil preparo. Deve ser organizada uma escala de serviço, de maneira que todos possam participar do preparo da alimentação, bem como da limpeza dos utensílios da cozinha.
Lembre-se: todos devem participar não só da cozinha mas em toda e qualquer atividade do acampamento, pois o que comanda e lidera não é aquele que faz tudo sozinho, mas aquele que ensina e motiva outros a fazer.
2. Equipe De Transporte
Responsável pela cobrança das passagens, arranjar condução e orientar quanto ao percurso.
3. Equipe De Programa
Elaborar um programa escrito, com horários para tudo, corinhos, pensamentos, orientações, etc. Este grupo organiza todas as atividades e faz funcionar os horários. Diz quem fará o quê. Organiza a segurança e faz a escala dos oficiais do dia.
4. Equipe De Intendência
Providencia todo material para as atividades e instruções, inclusive para a cozinha.
5. Equipe De Eventos
Planeja e executa as atividades recreativas e instrutivas do acampamento.
6. Equipe De Infra-Estrutura
Montagem de todos os aparatos como: cozinha, latrinas, toldos, mastros, limpeza, pista de obstáculos.
Obs: Cada unidade fornece alguns desbravadores para esta equipe.

MATERIAL


Material da unidade

A unidade deve ter duas barracas, machadinha, facão (2), facas (2), lanterna, corda de 20m, repelente, cordinhas finas, serra, estojo de primeiros socorros, apito, Iscas de fogo, bandeirim, utensílios de cozinha, plástico ou lona para cobrir a cozinha e outro para abrigar da chuva ou do sol forte.

Material individual do desbravador
Cada desbravador ao acampar deve levar: Bíblia, hinário, lição, seu uniforme completo, mochila, capa ou plástico, lanterna, canivete,agasalho, roupa de uso pessoal, cordinha, chinelo, colchonete, saco de dormir ou cobertor, prato e copo de plásticos, talheres, estojo de costura e material de higiene. Todo esse material deve estar acondicionado em saco plástico, evitando de molhar em caso de chuva.
Obs: não trazer a mudança para o acampamento e nem esquecer o essencial.


DICAS


Dividir responsabilidades

Cada membro da unidade ou do clube deve saber de antemão o que fazer ao chegar ao local do acampamento. deve-se dar tarefas a todos, de maneira que cada um tenha responsabilidade em fazer algo em prol do acampamento, evitando-se a sobrecarga de tarefas e a demora na montagem do acampamento. Tudo deve ser feito com alegria, mesmo as mais ingratas tarefas. O verdadeiro desbravador vai acampar com espírito de união.

As últimas coisas a fazer á noite
Antes de dormir deve-se escovar os dentes, proteger a água, os alimentos e a lenha, cobrir as brasas do fogão de maneira que tenhamos algumas brasas vivas pela manhã. Veja se nada foi deixado ao sereno. Afrouxe os cabos da barraca. Faça o culto e ore antes de dormir.

Ao acordar
Assopre o fogo, reavivando-o, ponha mais lenha e a água para ferver, escove os dentes, estique os cabo sda barraca, pendure ao sol a roupa de dormir, prepare o desjejum, limpe e arrume a barraca, passe uma revista no local de acampamento para ver se tudo está em ordem, faça o culto matina e hastie a bandeira.


1. Mesmo com tempo bom deve-se levar capa de chuva ou plástico. (Desbravador)
2. Antes de ir dormir, afrouxar os cabos das barracas, proteger a água e a lenha, cobrir as brasas, ver se nada foi deixado no sereno, fazer culto e orar. (A Unidade)
3. Coar a água em pano limpo, ferver se preciso ou colocar cloro. (Equipe de Cozinha)
4. Não armar barracas de frente para o vento. (Unidades)
5. Latrinas: 60 cm. de profundidade x 90 cm. de comprimento x 30 cm. de largura. Longe da cozinha, cercado de lona plástica, bem escondido e localizado de forma que o vento não traga o cheiro de volta para o acampamento. (Infra-estrutura)
6. Ao preparar o cardápio, não por alimento cárneo. (Cozinha)
7. Encha o Sábado de atividades espirituais interessantes. (Eventos)
8. Ao acordar: Acender o fogo, por água para ferver, esticar os cabos da barraca, pendurar ao sol a roupa de dormir, preparar o desjejum, limpar e arrumar a barraca, revistar o local para ver se tudo está em ordem, fazer o culto matinal, hastear a bandeira. (Unidade)
9. Bem antes de sair para acampar cada um deve saber como arrumar a mochila e o que levar. (Intendência)
10. Só levar um volume para o acampamento. (Desbravador)

ECOLOGIA
1. Expressamente proibido cortar qualquer arbusto ou árvore verde.
2. Queime todo plástico e embalagens possíveis.
3. Amasse as latas e leve-as de volta.
4. Vidros? Se você ainda carrega este peso e perigo... levar de volta. Não compre sucos, conservas ou qualquer coisa embalada em vidro. (Já existem opções em plásticos para tudo)
5. Aterre as latrinas, replante a grama, apague totalmente o fogo. não deixe vestígios no local. Passe um pente fino, recolhendo tudo o que for da natureza.

O FOGO
O fogo é indispensável em qualquer acampamento. Pode ajudar como machucar, aquecer ou queimar, preservar vidas ou matar. Precisamos tomar algum cuidado ao lidar com o fogo.
Para haver fogo precisamos de:
a. Combustível - Material próprio
b. Comburente - bastante ar
c. Temperatura
Saber fazer uma fogueira com ou sem fósforos ou isqueiros é uma condição indispensável para quem pretende aventurar-se por regiões selvagens ou inabitadas.
Embora necessitemos conhecer também os métodos primitivos de fazer o fogo, sabemos que hoje não é difícil nem incômodo transportar um isqueiro ou algumas pequenas caixas de fósforo. Neste caso, é preciso impedir que os fósforos se molhem numa travessia de rio ou num banho de chuva inevitável. Para tanto, isole as caixas numa embalagem plástica com fita adesiva ou cubra os palitos de fósforo com parafina líquida antes de sair para a sua aventura. Antes de ter a chama é necessário, porém, armar a fogueira.

TIPOS DE ACAMPAMENTOS
Existem vários tipos de acampamentos. Iremos saber sobre alguns deles abaixo:  
CAMPORI - Acampamento envolvendo todos os desbravadores de uma região, Estado ou País.
GERAIS - Acampamentos envolvendo todos os desbravadores num mesmo Clube.
POR UNIDADE (Campunid) - Acampamento que envolve apenas uma unidade específica, ou várias unidades.
DIRETORIA - Acampamento que envolve apenas a diretoria (pessoas responsáveis pela organização e direção)  de um ou mais Clubes.

ESQUEMAS DE ACAMPAMENTO
Há dois tipos de esquema de acampamento: Em forma de Ferradura e em Quarteirão.
A primeira coisa que devemos fazer ao chegar ao local de acampamento, é marcar o centro do local onde se pretende acampar. As barracas deverão ser colocadas em círculos. No centro deverá ser erigido (colocado) um mastro. A primeira barraca a ser montada no acampamento é a de INTENDÊNCIA, permitindo assim que todo material de trabalho ou gênero alimentício não fique exposto ao tempo.
Esta barraca deverá ficar com sua frente totalmente virada para o lado em que nasce o sol (leste), permitindo assim que receba os primeiros raios solares e arejar seu interior. Em seguida arma-se todas as outras barracas de acordo com o esquema do Diretor (responsável pelo acampamento), sendo porém que a barraca de PRIMEIROS SOCORROS armada por último no quarteirão ou forma de ferradura, e deverá ser construído um portão.

Obs: O portão do acampamento, terá que ser construído bem em frente à barraca de intendência. Tendo armado tudo, arma-se o banheiro. O mesmo deverá ficar no mínimo 50m de distância do acampamento, verificando-se também a direção do vento, para que o mau cheiro não siga para o lado do acampamento com o vento.

No final do acampamento

Só devemos deixar o local do acampamento nossos agradecimentos. Há anos atrás, um Coordenador da UEB dos Desbravadores deveria visitar um Clube que estava acampando mas, devido a uma confusão de datas, ele chegou somente no dia em que o Clube havia se retirado do local algumas horas antes. Mais tarde, na sede do Clube, ele disse: “cheguei tarde para ver o acampamento, e procurei durante duas horas por todo o local, mas não pude encontrar onde o Clube estava acampado. Não pode haver maior elogio do que este. Deixe o local de acampamento pelo menos como você gostaria de encontrá-lo quando chegasse.
 

Antes de sair queime todo o lixo. Amasse as latas e enterre-as junto com que for de vidro, ou leve para casa de volta. Aterre as latrinas, assinalando o local, e as demais valas feitas. Replante a grama. Apague totalmente o fogo, não deixando nenhum vestígio no local. Passe um pente fino final, recolhendo tudo o que não fizer parte da natureza.


CIVISMO

INFORMAÇÕES GERAIS


Civismo: é a dedicação pelo interesse público, é o patriotismo que cada cidadão deve ter no seu dia a dia, para isso devemos conhecer bem os nossos símbolos nacionais.


GERAL

· LEI No 5.700, DE 1 DE SETEMBRO DE 1971        (Site do Planalto)




BANDEIRA NACIONAL







HINOS







CIVISMO

DISPOSIÇÃO E USO CORRETO DA BANDEIRA NACIONAL EM MASTROS LADO A LADO


Este tutorial refere-se somente a  quanto à disposição e ao uso correto das bandeiras dispostas em mastros, ou seja, em campo aberto. Pra ter mais informações do uso da Bandeira Nacional em outras ocasiões clique aqui.

Antes de mais nada deve-se lembrar que jamais a Bandeira Nacional pode ser menor que as demais. Ela deve sempre ter tamanho igual ou superior às que estiverem dispostas ao seu lado.

Antes de colocarmos as bandeiras nos mastros, devemos saber a  de importância das mesmas, mas este assunto virá posteriormente.

DISPOSIÇÃO DAS BANDEIRAS NACIONAIS

Já deve ter ouvido falar que a Bandeira Nacional deve sempre ficar a centro das demais. Correto!? Mas a verdade é que nem sempre tem como ela ficar ao centro, como no caso de se ter que hastear duas ou quatro bandeiras, por exemplo. Veja algumas situações logo abaixo. Nossos exemplos se baseiam em 4 bandeiras, com a seguinte  de importância: Bandeira do Brasil, Estado, Cidade e Desbravadores.

1 - Utilizando duas bandeiras:

Em relação ao observador a bandeira do Brasil fica à esquerda em altura igual ou superior à bandeira do estado. No caso se tivéssemos somente a bandeira do Brasil e a do município, ficaria da mesma forma. Veja na ilustração abaixo como deve ficar dispostas as bandeiras do Brasil e estado.


2 - Utilizando três bandeiras:

Em relação ao observador (quem está observando), a bandeira do Brasil fica ao centro, depois vem a bandeira do estado á esquerda e em seguida vem a do município à direita.


3 - Utilizando quatro bandeiras:

Em relação ao observador, a bandeira do Brasil fica mais a centro-esquerda. Em seguida vem as bandeiras na seguinte ordem: Brasil, Estado, município e desbravadores. Observe a ilustração abaixo:


4 - Como se faz a contagem?

As bandeiras são colocadas em órdem de importância da seguinte forma:

Dispositivo (que hasteia as bandeiras)
04 - 02 - 01 - 03 - 05
Público (quem observa as bandeiras)

Lembrando que  bandeira 01 é a do Brasil.
Coloca-se uma bandeira em uma extremidade e depois na outra extremidade e assim por diante.
Sempre a menor bandeira fica à direita de quem observa.

Regrinha para facilitar:

Ao se hastear muitas bandeiras você pode seguir o seguinte critério.
Se o numero de bandeiras for “par” comece a contar pela direita.
Ex:           01 - 02

Se o numero de bandeiras for ”impar” comece a contar a partir da esquerda.
Ex:           02 - 01 - 03

Dessa forma a bandeira menir sempre vai ficar à direita do observador.

5 - Órdem de importância das bandeiras estaduais

A listagem abaixo mostra a órdem de importância dos estados brasileiros.

1. Brasil
2. Bahia
3. Rio de Janeiro
4. Maranhão
5. Pará
6. Pernambuco
7. São Paulo
8. Minas Gerais
9. Goiás
10. Mato Grosso
11. Rio Grande do Sul
12. Ceará 13. Paraíba
14. Espírito Santo
15. Piauí
16. Rio Grande do Norte
17. Santa Catarina
18. Alagoas
19. Sergipe
20. Amazonas
21. Paraná
22. Acre
23. Mato Grosso do Sul
24. Rondônia
25. Distrito Federal
26. Amapá
27. Roraima

Segue abaixo a órdem correta da disposição das bandeiras estaduais em mastros conforme regra.

26-24-22-20-18-16-14-12-10-08-06-04-02-01-03-05-07-09-11-13-15-17-19-21-23-25-27


DISPOSIÇÃO DAS BANDEIRAS INTERNACIONAIS


Texto: Raphael Gusmão
Fonte: www.universodesbravador.com.br



HISTORIA DE JOÃO O DICIPULO AMADO.


O apóstolo do amor era filho de Zebedeu (Mt. 4.21), um prospero pescador da cidade de Cafarnaum. Salomé sua mãe, começara a servir o Salvador na Galileia. Ela estava presente no momento da crucificação do Filho de Deus (Mc. 15. 40,41). João fora um dos primeiros discípulos chamado pelo Senhor Jesus. Ele era pescador, profissão bem comum e importante na Palestina do primeiro século. Deveria ter nascido entre 1 a 5 anos d.C.

O discípulo amoroso era seguidor de João Batista (Jo. 1. 36,37). Logo depois foi selecionado para ser um apostolo - E aconteceu que naqueles dias subiu ao monte a orar, e passou a noite em oração a Deus. E, quando já era dia, chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze deles, a quem também deu o nome de apóstolos: Simão, ao qual também chamou Pedro, e André, seu irmão; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelote; E Judas, irmão de Tiago, e Judas Iscariotes, que foi o traidor (Lucas 6. 12-16). Ele tinha um conhecimento profundo da geografia da Palestina e dos costumes judaicos.

Acredita-se que a família de João tinha dinheiro e posses, pois o seu pai tinha vários empregados - E logo os chamou. E eles, deixando o seu pai Zebedeu no barco com os jornaleiros, foram após ele (Mc. 1.20). Ele era extremamente zeloso ou ciumento (antes da conversão). Estava incomodado com alguém que não pertencia ao grupo de Jesus e expulsava demônios - E João lhe respondeu, dizendo: Mestre, vimos um que em teu nome expulsava demônios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não nos segue (Mc. 9.38). Hospedava o ódio cultural para com os samaritanos - E os seus discípulos, Tiago e João, vendo isto, disseram: Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também fez? (Lc. 9.54).

João e o irmão Tiago eram bem sanguíneos (explosivos) antes da conversão. Certa ocasião João foi chamado de filho do trovão - E a Tiago, filho de Zebedeu, e a João, irmão de Tiago, aos quais pôs o nome de Boanerges, que significa: Filhos do trovão (Marcos 3.17). Após a conversão com a descida do Espirito Santo no cenáculo (At. 2.1 ), tornou-se o apostolo do amor. Os filhos do trovão eram extremamente audaciosos e ambiciosos. Fizeram ao Senhor Jesus um pedido inadequado - E aproximaram-se dele Tiago e João, filhos de Zebedeu, dizendo: Mestre, queremos que nos faças o que te pedirmos. E ele lhes disse: Que quereis que vos faça? E eles lhe disseram: Concede-nos que na tua glória nos assentemos, um à tua direita, e outro à tua esquerda (Marcos 10. 35-37)

O apóstolo esteve sempre perto do nazareno nos momentos importantes e decisivo. Ele estava presente durante o julgamento do Messias - E Pedro estava da parte de fora, à porta. Saiu então o outro [João] discípulo que era conhecido do sumo sacerdote, e falou à porteira, levando Pedro para dentro (João 18.16). No ato da crucificação lá estava ele angustiado - Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente [...] (João 19.26). Ocasião em que Jesus Cristo entregou aos seus cuidados Maria mãe do Salvador - Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa (João 19.27).

Percebe-se a grande intimidade e amor que João manifestava ao Mestre da Galileia em comparação com os demais, principalmente Pedro, que jurou que amava e iria proteger o Salvador. No entanto negou a Cristo.

Já o discípulo amado fora o primeiro a chegar ao sepulcro após a ressurreição - E os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais apressadamente do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro (João 20.4)

Segundo escritores do século I, João se mudou para Éfeso, para fugir da Guerra Judaica (66-70 d.C) e suas consequências. No continente asiático prosseguiu com seu oficio ministerial. De acordo com a tradição (que é confiável), João escreveu seu evangelho nessa cidade por volta de 85 d.C (também as epístolas I,II e III todas em 90 d.C), lugar onde desempenhou seu ministério e gerou discípulos importantes a igreja do Senhor Jesus. Policarpo, Papias e Inácio foram discípulos diretos de João. Os três continuaram a proteger a Noiva de Cristo das heresias na Ásia Menor. Policarpo se tornou posteriormente o bispo da igreja de Esmirna.

Conforme testemunhos, os presbíteros da Ásia Menor em especial os de Éfeso, sugeriram para que João escrevesse um evangelho a partir de suas observações e sentimentos vividos na companhia do Mestre. Esses relatos também seriam uma ferramenta forte para combater os gnósticos.

João foi um grande apologista, combatendo os gnósticos, tanto no seu evangelho como nas epistolas universais. Ele defendeu que o Pai e o filho, eram um só Deus, contradizendo os gnósticos, que diziam que Jesus e o Pai eram dois deuses diferentes.

Quando João usa as expressões e o verbo se fez carne e habitou entre nós ( Jo. 1.14), e a todo espirito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus (1 Jo. 4.3), ele estava defendendo a igreja da seita gnóstica que alegava que Jesus era uma espécie de sombra do Pai, negando a encarnação do Verbo (Cristo).

No terceiro século depois de Cristo, o evangelho narrado pelo discípulo amado, era considerado pelos Pais da igreja como o mais espiritual do que os sinóticos (Mateus, Marcos, Lucas), devido a sua singularidade e observações distintas.

O primeiro relato que identificava o autor do Evangelho de João, como sendo João filho de Zebedeu, foi realizado por Irineu (180 d.C) – Depois Joãos, o discípulo do Senhor, o mesmo que repousou sobre o seu peito, publicou também o evangelho, durante sua estada em Éfeso.

A morte natural (velhice) do apóstolo do amor estava vinculada a uma promessa pronunciada pelo próprio Senhor Jesus - Divulgou-se, pois, entre os irmãos este dito, que aquele discípulo não havia de morrer. Jesus, porém, não lhe disse que não morreria, mas: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti? (João. 21.23). O Salvador havia prometido que ele não morreria de forma cruel como os demais. Por isso quando o jogaram num tacho de azeite fervendo, nada aconteceu. Foi como cair em água fria, porque já havia uma profecia decretada que o mesmo não morreria como os outros apóstolos. Após esse episódio do azeite, ele foi conduzido como prisioneiro à ilha de Patmos (ilha de rocha vulcânica. Os romanos enviavam para lá os criminosos e transgressores políticos).

Patmos era uma ilha rochosa, ausente de vegetação e pequena. Foi nessa localidade que João, fora dirigido como prisioneiro do Império Romano. A ilha distanciava uns 90 km de Éfeso a capital do ministério do apóstolo. Sentenciado a trabalho penoso nas pedreiras (pedras que eram usadas na construção das estradas romanas). Trabalhava arduamente o dia todo e a noite seu espirito era arrebatado para receber e escrever as revelações - Eu fui arrebatado no Espírito no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta, Que dizia: Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o derradeiro; e o que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a Sardes, e a Filadélfia, e a Laodicéia ( Ap. 1. 10,11).

O amado discípulo foi para Patmos, por causa de uma política do imperador Domiciano (81-96 d.C), que confiscou os bens dos Cristãos e logo em seguida os prendiam. João fazia parte daquela realidade de perseguição. Por ordem do imperador, acabou indo para a ilha.

Domiciano outorgou o culto ao imperador (ou seja, a ele mesmo). Como fidelidade ao imperador todos deveriam participar da adoração ao supremo romano, inclusive os cristãos. João e os demais seguidores de Cristo recusaram tal prática que era uma loucura perante o Todo Poderoso. Devido a não observação deste culto e a lealdade à Palavra de Deus foram para Patmos - Eu, João, que também sou vosso irmão, e companheiro na aflição, e no reino, e paciência de Jesus Cristo, estava na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus Cristo (Ap. 1.9). Patmos era usada como prisão para todos criminosos considerados perigosos à sociedade da época. A ilha se localiza no Mar Egeu.

O Senhor Jesus fizera outra promessa ao discípulo amado na ilhota. Que ele não profetizaria somente as sete igrejas da Ásia, mas também para várias nações e reis - E ele disse-me: Importa que profetizes outra vez a muitos povos, e nações, e línguas e reis (Ap. 10.11).

Domiciano fora assassinado, Nerva (96-98 d.C) se tornou o novo imperador de Roma. Uma das suas primeiras medidas foi libertar todos os cristãos que estavam presos e devolver seus bens. Desta forma João se tornou livre para testemunhar e profetizar pessoalmente em Éfeso sobre as revelações recebidas. Ele fora escolhido para escrever o Apocalipse, com intuito de encorajar (exortar significa encorajar) os cristãos, que estavam, sob ardente perseguição, praticada por Domiciano.

Ele recebeu as profecias do Apocalipse por meio de inúmeras visões fortes, carregadas de simbolismo e numerologia hebraica. As visões para muitos estão em ordem cronológica. E continua a profetizar e testificar a todas as línguas, povos, tribos, por meio do Apocalipse. Cumprindo literalmente o que Jesus disse (Ap. 10.11).

Quando João já estava bem idoso, sem força para pregar, exortava a igreja de Éfeso com a voz baixa e fraca e não cessava de ensinar – Filhinhos amai uns aos outros.

O apóstolo amado, segundo relatos, permaneceu em Éfeso até o governo do imperador Trajano (98-117 d.C). Por volta dos 95 anos de idade, ainda estava bem atuante, ou seja, produzindo livros importantes para fé dos cristãos e para humanidade. E foi nessa cidade que passou os últimos instantes de sua vida. Versão confirmada pelas palavras de Policrates, bispo de Éfeso no final do segundo século, numa carta endereçada ao bispo de Roma - João que reclinou no peito do senhor, e que era sacerdote, usava a mitra, um mártir e mestre. Ele dorme em Éfeso.

Acredita-se que o apostolo do amor viveu mais de cem anos. Num período em que a expectativa de vida era de 35 a 40 anos. Onde não existiam antibióticos (remédios industrializadas) para combater as doenças, hoje consideradas simples. João viveu mais de cem anos, simplesmente porque Jesus contrariou toda logica humana com uma promessa - Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti? (João. 21.23). Foi devido a esta profecia que o apóstolo alcançou uma velhice abençoada.






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